Citação do Dia

05 fevereiro 2008

Ser "bom pai" custa 236 euros



Até aos 25 anos, um filho pode custar em média, entre 236 e 678 euros mensais. As contas foram feitas por uma equipa de psicólogos de Coimbra que quis apurar quanto custa ser "bom pai", na classe média.

"Até aos 25 anos de idade, uma criança nascida numa família da classe média baixa "custa", em média 236,446 euros", referiu à Lusa Raquel Viera da Silva, a psicóloga que juntamente com Ana Rita Silva e sob orientação de Eduardo Sá, fez as contas para saber "quanto custa ser bom pai" em Portugal.

Nos primeiros 25 anos de vida de um filho, os pais terão gasto cerca de 236,446 euros em fraldas, médicos, comida, roupa, desporto, livros, propinas e mensalidades escolares, revela o estudo, numa família de classe média baixa. Já numa família de classe média alta, cada filho, até aos 25 anos, custará 678,875 euros.

A equipa imaginou duas famílias: uma com um rendimento mensal de mil e oitocentos euros e outra com um rendimento mensal de quatro mil duzentos e cinquenta euros. Durante 36 anos de trabalho, a família mais "pobre" terá gasto cerca de 26% do orçamento familiar com um filho.

Quanto à família com maiores rendimentos, terá gasto 31% do orçamento. O estudo, apresentado no 1º Congresso Internacional em Estudos da Criança (IEC), que decorreu na Universidade do Minho, em Braga, baseou-se em números apresentados pelo economista Barbosa de Melo. "Também tivemos atenção à estimativa dos rendimentos perdidos", acrescentou Raquel Vieira da Silva.

Por rendimentos perdidos entende-se "o valor das horas que os pais despenderam com os filhos e que poderiam ter usado para investir na sua carreira profissional, enriquecendo o currículo com formações que lhes permitiriam subir no quadro da empresa ou efectuando horas extra que lhes permitiriam engrossar o salário".

"As coisas que não têm preço, como brincar com os filhos, são desvalorizadas e compensadas com roupas e brinquedos", concluiu a equipa coordenada por Eduardo Sá.

Mesmo com todos os cálculos, há números que não é possível contabilizar como "tudo de que se tem de abdicar ao assumir" ser pai, assumem os investigadores. "Temos noção de quanto custa criar um filho mas não é possível saber quanto custa ser um bom pai", frisou Raquel Vieira da Silva.


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